sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Carvalho da Silva


Manuel Carvalho da Silva afirma-se cada vez mais como um grande líder sindical que soube fortalecer a sua intervenção e influência para além da máquina comunista que, ontem e hoje, sempre controlou a CGTP. Por isso se tornou um homem muito respeitado, da esquerda à direita, junto da Igreja e nos diversos sectores sociais. Quando isso acontece, o PCP costuma suspeitar e rapidamente catalogar as pessoas como figuras subversivas. Será portanto natural que a “máquina” comunista já tenha tratado da sucessão, escolhendo um qualquer seguidista que vai obedecer sem pestanejar às orientações da direcção do PCP, mesmo que estas submetam os interesses sindicais aos interesses partidários. Assim se vê a força do colectivo!

AJB

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

(Mau) Exemplo

O exemplo deve vir sempre de cima e mandam as regras da ética política que os governantes sejam os primeiros a fazer aquilo que tem de ser feito. E que, tal como a mulher de César, não se limitem a ser – têm também de parecer. Vem isto a propósito da noticiada aquisição, por parte do Ministério da Justiça, de cinco carros de alta cilindrada no valor total de cerca de 180 mil euros.
Fosse noutra ocasião económica e tal notícia não passaria de um fait-divers insignificante, que se perderia na voragem mediática do quotidiano. Mas nos dias que correm, em que a toda a hora se ouvem apelos ao rigor e à contenção orçamental, este facto encerra em si algo bem mais prejudicial que o simples gasto de 180 mil euros do erário público em cinco carros de luxo.
Estas viatura ficarão, para a posteridade, como a prova provada de que há governantes que continuam a fazer da sua acção um exemplo perfeito do “faz o que eu digo, não faças o que eu faço”. E este acaba por ser mais um caso de falta de decoro e um mau exemplo que, junto a outros tantos, dão azo à abissal desconfiança com que a sociedade civil encara a comunidade política.

Carlos Pinto

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Vazio


Ota ou Alcochete? Alcochete ou Ota? Não sei se haverá algum português que continue a suportar esta dúvida e a insistência diária da comunicação social sobre o assunto. Como já se percebeu, o Governo tem um calendário próprio e não quer falar sobre o assunto antes do final deste ano. Venham estudos, pressões ou opiniões de gente muito importante, o anúncio está guardado a sete chaves. Mas, quando não há mais nada para abrir noticiários, lá vem um novo especialista ou uma dúvida oportuna de alguém muito influente. Para os portugueses o assunto já fede. Não haverá ninguém que pare este martelar em coisas ocas?

AJB

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

A Guerra


Para quem, como eu, nasceu e cresceu em total ambiente de liberdade, a guerra do Ultramar não é mais que um facto histórico abordado em algumas (poucas) aulas. Uma página negra na História de Portugal, mas que pouco aprece afectar aqueles que nasceram depois do 25 de Abril. A guerra do Ultramar está para os jovens portugueses – e salvo a devida dimensão – como a guerra do Vietname para os jovens norte-americanos: não passa de um acontecimento distante, inócuo, capaz de dar azo a alguns (bons) filmes de entretenimento.
Contudo, a guerra do Ultramar (assim como a do Vietname e outras tantas) é bem mais que um facto histórico. É algo que marcou profundamente toda uma sociedade e várias gerações de portugueses. É uma ferida por sarar que continua, em silêncio, a atormentar homens e mulheres com quem diariamente nos cruzamos.
Por isso mesmo, o trabalho jornalístico que Joaquim Furtado tem apresentado às terças-feiras na RTP é merecedor da atenção de todos aqueles que, como eu, encaram a guerra do Ultramar como algo que está apenas na génese das tatuagens “Amor de mãe” ou “Angola 66”. Porque aqueles 40 minutos recheados de imagens a preto-e-branco das colunas em movimento de soldados portugueses, de relatos minuciosos das operações de guerrilhas por militantes da UPA ou por descrições das inúmeras batalhas no coração da savana africana valem bem mais que uma dúzia de anos de escolaridade obrigatória.


Carlos Pinto

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Rock vintage

Aveludado. Macio. Suave. Inebriante. Extasiante. Viciante.

"Boxer" dos The National é tudo isto e muito mais.

Rock vintage a consumir em doses exageradas.

Carlos Pinto

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Encher chouriços


“Os britânicos são muito patriotas e estão prontos para ficar ao lado dos McCann para o que der e vier”.

A afirmação foi feita na passada segunda-feira, em pleno prime-time da televisão portuguesa, pela jornalista Sandra Felgueiras.

A mesma que, insistentemente, questionou um idoso britânico sobre as razões por que estava cansado de ter tantos jornalistas na sua rua.

Percebe-se que esta “loucura” que é ter de dar novas informações sobre um caso que não as tem, obrigue as pessoas a ter de inventar qualquer coisa ou mesmo a exteriorizar interpretações apressadas.

Neste caso concreto, a jovem repórter da RTP insinuou claramente que os britânicos não querem saber do sentido da justiça.

Pelo contrário, por uma razão patriótica e “para o que der e vier”, estão prontos para ficar ao lado do casal McCann e enfrentar todas as verdades da investigação, mesmo que elas concluam o seu envolvimento num crime!

Como é que alguém pode arvorar-se tão levianamente em porta-voz do povo britânico?

É à luz do sentido errado que se dá às palavras que se perde credibilidade e se desequilibra o trabalho jornalístico.

A culpa é desta informação fast-food, feita do mesmo modo que se enchem chouriços...

AJB

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Avante Sam The Kid


A frase "o povo unido jamais será vencido" voltou no domibgo a ouvir-se na Festa do Avante!, mas desta vez impulsionada por Sam The Kid numa música que é afinal um apelo à abstenção.Poucas horas antes do momento político mais importante da festa comunista, o comício do secretário-geral do PCP, Sam The Kid terminou a actuação no Palco 25 de Abril com o tema "Abstenção" em que manifesta a sua descrença em todos os partidos políticos.Num dos concertos mais esperados pelos jovens que encheram o relvado frente ao palco, o público acompanhou com entusiasmo o tema, que começa e termina com uma gravação da palavra de ordem "o povo unido jamais será vencido".

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Mário Crespo


Lembro-me dele num estilo ritmado, sentido, contando as notícias como se fossem uma história para seduzir. Vejo-o hoje, todos os dias, embalado nesse jeito ímpar de contar a informação, com entrevistas frontais e acutilantes, num jeito sereno e independente, que até põe na meteorologia uma forma alternativa de ensinar. Mário Crespo continua a ser um grande senhor da informação televisiva em Portugal. Um raro caso de longevidade com profissionalismo e classe que vale pena seguir, todos os dias, das nove às dez, na SIC Notícias!

AJB

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Dr. Flamínio


Conheci Flamínio Roza há pouco mais de dois anos. Era um homem genuíno, vivido, muito informado e bem formado. E sobretudo era um homem desmedidamente apaixonado pelo Alentejo. A doença traiu-o no momento de voltar à sua “pequena pátria”, numa altura em que se propunha erguer alguns projectos muito interessantes. Esperamos que, para honrar a sua memória, os seus seguidores saibam agarrar com paixão um legado de ideias e projectos tão valiosos. Onde quer que esteja, o dr. Flamínio saberá regozijar-se e ficar feliz!

AJB

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O "belo" mês de Agosto


Duas breves notas dedicadas ao Agosto do contentamento geral:

1 – O mês começou com o anúncio de que a área ardida em todo o país no primeiro semestre de 2007 diminui comparativamente com o período homólogo do ano anterior. Uma boa notícia, apesar do distrito de Beja ser o terceiro da lista em área ardida, com um total de 489 hectares. Esperemos que Agosto não faça Beja subir no ranking

2 – Agosto é, igualmente, o mês em que os políticos embarcam para o estrangeiro tropical. O mês em que os sindicalistas colocam de lado as reivindicações. O mês em que o litoral se torna ainda mais sobrelotado. A silly season, como muitos lhe chamam num misto de escárnio e pretensão, é cada vez mais uma realidade incontornável da sociedade portuguesa e nem Beja lhe escapa.

Andar pela capital de distrito nestes dias cálidos de Agosto é uma constante descoberta. De ruas ainda mais vazias. De lojas, restaurantes e estabelecimentos similares de portas fechadas. De serviços a funcionar a meio-gás. Em Agosto, tudo pára. Na cidade como no país.

Carlos Pinto

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Partidos à beira da extinção?


Os resultados das candidaturas “independentes” nas eleições intercalares para a Câmara de Lisboa de 15 de Julho colocaram na ordem do dia um debate que há muito consome politólogos e outros especialistas.

Isto porque grande parte destes viram nas “semi-vitórias” de Carmona e Roseta o exemplo prático da sua tese, na qual constatam a perda de capacidade de influência e, sobretudo, de mobilização dos partidos políticos face a uma sociedade cada vez mais absorta e alheada de convicções ideológicas.

Um cenário catastrófico que anuncia, na opinião destes opinion makers, a morte dos partidos.
Sem querer estar a meter a foice em seara alheia – porque isto de nos intrometermos num debate entre académicos tem muito que se lhe diga –, parece-me que tal nunca sucederá.

Pelo contrário, entendo ser bem mais provável que as candidaturas independentes não passem dum fenómeno passageiro causado pelo círculo vicioso dos partidos.

Estes, apesar de tudo, terão dificuldades em deixar de integrar qualquer sociedade e deixar de ser o elo de ligação entre a sociedade civil e política.

Necessitam apenas, a meu ver, de serem reformados urgentemente. Em todos os sentidos. Das ideias às pessoas. Porque já ninguém tem paciência para ver os mesmos “Quixotes” de sempre a clamarem contra os “moinhos” do costume.
Carlos Pinto

De volta

Tão prolongada quão indesejada, colocamos agora ponto final na nossa ausência da blogosfera.

Fique atento ao "Correio das Artes" e tenha a região e o mundo à distância de um clique...

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Dia negro

A data de 8 de Março de 2007 vai ficar para sempre marcada como um dia negro para a liberdade de imprensa num país que celebrou esta quarta-feira 33 anos sobre a Revolução dos Cravos.
Nesse dia, um acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) condenou o jornal diário “Público” ao pagamento de uma coima de 75 mil euros ao Sporting Clube de Portugal pelo “delito” de ter publicado uma notícia verdadeira.
O caso remonta a 22 de Fevereiro de 2001, quando o “Público” noticiou que o Sporting devia, desde 1996, cerca de 460 mil contos ao Estado, sem que essa dívida tivesse sido cobrada pela administração fiscal.
A notícia confirmou-se verdadeira, mas mesmo assim o emblema leonino recorreu aos tribunais com o argumento de que o assunto não era de interesse público – apesar de todos os clubes do nosso país serem fortemente apoiados com dinheiros públicos… – e punha em causa o bom-nome da instituição fundada pelo Visconde de Alvalade.
Seis anos depois, o STJ deu razão ao Sporting e abriu um precedente perigoso e limitativo àquela que é a verdadeira função de um jornalista.
A partir de agora, a tarefa diária de informar começará a ser tão ou mais perigosa que nadar num mar de piranhas.
É que depois deste caso, nem mesmo os factos verdadeiros e de interesse público invalidam que um jornalista venha a seja condenado… Por contar a verdade.

Carlos Pinto

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Cabeça Gorda em festa


A Junta de Freguesia de Cabeça Gorda celebra este fim-de-semana, 14 e 15, os 106 anos da criação da freguesia com a realização de jogos populares, animação de rua, passeios de BTT e pedestre.
O programa da iniciativa prevê ainda a realização de bailes populares e um convívio de tocadores, cantadores e poetas populares.
Entretanto, no âmbito do programa “Viver Abril”, a instituição tem agendado para a noite de 24 de Abril um espectáculo de música de intervenção.
O dia 25 de Abril será preenchido com um torneio de malhas e um jogo de futebol entre solteiros e casados, seguido de um almoço para toda a população.

Vila Nova da Baronia recebe festas de Sant'Águeda


Arrancam esta sexta-feira, 13, as tradicionais festas em honra de Santa Águeda e S. Neutel em Vila Nova da Baronia. Até domingo, 15, a localidade vai estar em festa, tendo a comissão organizadora preparado um vasto e diversificado programa com o objectivo de “agradar a diversos públicos”.
Na noite de sexta-feira destaque para a primeira edição do Concurso de Karaoke, no Centro Cultural de Vila Nova da Baronia, enquanto que sábado, 14, haverá animação de rua pela com a “Bandinha da Amizade” e a tradicional procissão de Vila Nova da Baronia para Santa Águeda. De noite, a animação será ao som da música do Trio Folia e da Banda Lusa.
As festas em honra de Santa Águeda e S. Neutel terminam domingo, 15, com um espectáculo de magia com Anork. Antes, terá lugar um passeio de cicloturismo, arruada e concerto pela banda filarmónica da União Alcaçovense, actuação dos grupos de música celta Coandheira Coral e Instrumental “Trigo Limpo” de Beja, um recital pelos alunos da Academia de Música “Clave de D’Ouro” da Sociedade Filarmónica de Instrução e Recreio Vilanovense, demonstração de páraquedismo e eucaristia seguida de procissão.

Cante Alentejano em Ferreira do Alentejo


O Grupo Coral “Os Trabalhadores” de Ferreira do Alentejo organiza este sábado, 14, com início às 15h00, o 13º encontro de grupos corais alentejanos, que cantarão em desfile pelo centro daquela vila.
No total irão desfilar 10 grupos: “Os Trabalhadores” e as “Rosas de Março”, ambos de Ferreira do Alentejo; “Os Rurais” de Figueira dos Cavaleiros; “Alma Alentejana” de Peroguarda; “Margaridas de Maio” de Santa Margarida do Sado; “Margens do Roxo” de Ervidel; “Os Caldeireiros” de Mértola; “Externato António Sérgio” de Beringel; Grupo Coral Feminino de Alcáçovas e Rancho Folclórico “Ceifeiras” de Alter do Chão.

Na ocasião serão homenageados José Vilhena, João Lota e Manuel Ventura, três elementos fundadores do grupo ferreirense “Os Trabalhadores”.

Gustav Leonhardt actua em Sines


Os amantes da música clássica têm este domingo, 15, uma oportunidade quase única de assistirem ao vivo à actuação de Gustav Leonhardt.

Considerado pela crítica especializada um dos maiores cravistas do mundo, o holandês vai actuar no Centro de Artes de Sines, sendo o seu espectáculo antecedido pela projecção de um filme em que o músico é protagonista.
A actuação de Gustav Leonhardt (na foto) em Sines está marcada para as 21h30, no auditório do equipamento cultural desta cidade alentejana.

Considerado um dos maiores intérpretes clássicos em actividade, o músico holandês vai interpretar, no seu recital de cravo, obras de compositores como Froberger, Couperin, d'Anglebert e Johann Sebastian Bach.

A anteceder o espectáculo, durante a tarde, às 16h30, o Centro de Artes de Sines acolhe a projecção do filme “Crónica de Anna Magdalena Bach”, em que Leonhardt interpreta o papel principal, dando vida a Johann Sebastian Bach.

A exibição do filme, realizado por Jean Marie Straub, vai contar com os comentários de Pedro Costa, um dos mais premiados e originais realizadores portugueses.

IPJ e Esdime promovem concurso de fotografia


A delegação Regional de Beja do Instituto Português da Juventude (IPJ) e a Esdime dão esta sexta-feira, 13, início a um concurso de fotografia.
A prova insere-se no quadro de iniciativas voluntárias integradas na Esdime, através do Serviço Voluntariado Europeu, e tem por objectivo “despertar o interesse pela área da fotografia”, além de “incentivar a comunidade a valorizar e promover a cultura do Baixo Alentejo”.
Dedicado ao tema “As Novas Gerações Alentejanas”, o concurso destina-se ao público em geral, sendo que todos os interessados em participar poderão entregar os seus trabalhos até 31 de Maio.

sexta-feira, 30 de março de 2007

EXPOSIÇÃO EM MOMBEJA



É inaugurada hoje, sexta-feira, 30 de Março, uma exposição de fotografias de João Espinho na aldeia de Mombeja, no concelho de Beja. A mostra, sob o título “Mombeja - Gentes e Património”, pode ser vista durante todo o mês de Abril e é uma iniciativa da Junta de Freguesia local. Além de fotógrafo, João Espinho é tradutor-correspondente na Força Aérea Portuguesa. Actualmente, desempenha funções no gabinete do comandante da Base Aérea nº 11, de Beja. Habitual cronista do “Correio Alentejo”, João Espinho é editor e proprietário do popular blogue “Praça da República” – um dos mais visitados no Sul do país.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Debater Salazar em Almodôvar


A Biblioteca Municipal de Almodôvar recebe esta quinta-feira, 29, a partir das 21h30, a visita da jornalista do "Sol" Felícia Cabrita (na foto), que vai apresentar o seu mais recente livro Os Amores de Salazar.

Uma boa oportunidade para, por um lado, debater a figura do antigo ditador e o que ele representa para o país e, por outro lado, escutar e aprender com uma das melhores jornalistas portuguesas.

Serviço Público...


“Ultrapassada”, ainda que minimamente, a polémica em redor da eleição do senhor de Santa Comba Dão como o maior dos “Grandes Portugueses”, fica a sugestão: e que tal a RTP editar em DVD a dezena de documentários produzidos no âmbito do programa de Maria Elisa e depois distribuir uma cópia por cada uma das escolas do ensino básico e secundário de Portugal.
E, já agora, poderiam fazer o mesmo com os episódios do "estudo em forma de documentário" que o sociólogo António Barreto produziu e elaborou sobre o Portugal que temos.
Isso sim, seria verdadeiro “serviço público”.


Carlos Pinto

sexta-feira, 23 de março de 2007

Um ano de "Correio Alentejo"


Revelámos que a criminalidade diminuiu 22% em Beja. Que Mértola pretende ser património mundial. Que os taxistas de Beja andam com pouco serviço. Que o trigo teria a melhor colheita desde 2001. Que o edifício do Banco de Portugal em Beja estava à venda. Que a maternidade de Beja não corria risco de fechar. Que a água de Alqueva iria chegar à rede pública em 2009. Que as obras nas escolas de Beja andavam atrasadas. Que Beja iria ficar com as direcções regionais do Emprego e da Agricultura. Que o comboio Intercidades poderia trocar Beja por Évora. Que Francisco Santos vai cumprir o seu mandato na Câmara de Beja. Que o Politécnico estancou a “sangria” de alunos. Que a desertificação avança no distrito. Que Beja já terá um grande shopping em 2009. Que os espanhóis estão a “comprar” o Baixo Alentejo. Que 11 freguesias do distrito podem ser extintas. Que o PDM de Beja está a travar um projecto turístico de 60 milhões de euros. Que João Paulo Ramôa pode abandonar o PSD em Abril. E mais, muito mais…
Ao longo de 51 edições, o “Correio Alentejo” cumpriu com aquilo a que se propôs desde a primeira hora: ser um jornal plural e isento, respeitador dos valores da democracia e da liberdade, independente de todos os poderes. Um caminho que continuará a ser seguido sem atalhos e caminhos estreitos. Este é apenas o nosso primeiro aniversário.
Carlos Pinto

quarta-feira, 7 de março de 2007

Cinco décadas de memória(s)


Do "Zip Zip" à "Visita da Cornélia". Do Senhor Contente e Senhor Feliz à Maximiniana e Serafim Saudade. Do "Tal Canal" ao "Casino Royal". Da "TV Rural" ao "70x7". Do "Jornalinho" ao "Clube Disney". Do "1,2,3" ao "O Preço Certo". De "Vila Faia" a "Filhos do Vento". Dos "Jogos Sem Fronteiras" ao Festival da Canção. E mais... Muito mais!

Ao longo de cinco décadas, a televisão entrou na vida de todos e na memória de cada um.

A RTP faz hoje 50 anos. Parabéns RTP.

Carlos Pinto

sexta-feira, 2 de março de 2007

ADEUS

Tenho na memória um "homem de borracha": Pequenino. Versátil. Elástico. Como um gato a saltar no espigão de um telhado. Era um grande guarda-redes. Não o melhor de todos, como dizem nestes dias os opinadores de circunstância. O melhor com a camisola encarnado foi um tal Michel Preud'Homme. Belga e felino dentro do rectângulo de sete metros e tal! Bento é de outro tempo. Mais rijo. Mais nervo. Mais emblema com águia crivada no centro do coração. ajb

quinta-feira, 1 de março de 2007

O "PAI SALVADOR" DA DIREITA

Paulo Portas foi um brilhante director do “Independente”. Hoje é um político que se desdobra em mostrar que tem mundo e desperdiça o seu inegável talento nas labirínticas opções que faz. Primeiro porque encurrala permanentemente o CDS às suas estratégias pessoais. Segundo porque se empurra para falar de tudo e mais alguma coisa. Seja política, cinema ou a crise da Câmara de Lisboa. Terceiro porque insiste em querer ser o “pai salvador” da direita portuguesa, apesar das suas inúmeras contradições. Que saudades do Portas jornalista, corajoso e competente, à frente de um “Independente” notável. ajb

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Ajuste de contas


Não o conseguiu com “Taxi Driver”. Sequer com “O Toiro Enraivecido”, “A Última Tentação de Cristo”, “Tudo Bons Rapazes”, “Casino”, “Gangs de Nova Iorque” ou “O Aviador”.

À sexta nomeação, o Óscar veio parar, finalmente e justamente, às mãos de Martin Scorcese. A 25 de Fevereiro de 2007, Hollywood ajustou contas com o passado. Mais vale tarde que nunca.
Carlos Pinto

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

O Zeca não tem "donos"

O Zeca morreu há 20 anos.
Ficou a acutilância das suas palavras. A magia pontiaguda dos seus poemas. O contraciclo das suas canções. Vinte anos depois Zeca Afonso persiste. Apoderado por alguns, é certo. Os mesmos que, na génese de tantas ditaduras brutais, se arrogam pais da democracia e da liberdade. Saibamos separar o trigo do joio!
ajb

Vollant no Pax Julia

Rock & roll em estado puro e cantado em português, com uns “pózinhos” de pop, funk e world music. São estes os ingredientes que dão forma a “Projecto Primeiro”, álbum de apresentação dos Vollant, que este sábado, 24, é “informalmente” apresentado na cafetaria do Pax Júlia Teatro Municipal, em Beja. Em “Projecto Primeiro” encontram-se Fernando Pardal, Manuel Bexiga e Paulo Monteiro (voz), Adriano, Nuno Riba e Artur Góis (baixo), Ricardo Correia – que também colaborou na produção do álbum –, Paulo Vicente e Cajó (guitarra), João Nunes (cítara e viola campaniça), Nuno Figueiredo (programações), Luís Melgueira (percussões) e Leo (bateria). A todos estes juntaram-se ainda Zé Pedro e Kalú, guitarrista e baterista dos Xutos & Pontapés.
Amanhã, no Teatro Pax Julia!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Salazar, não!!!

Não são raras as vezes em que recebemos um presente cujo embrulho é bem mais agradável que o seu conteúdo. O mesmo se pode dizer do documentário sobre António de Oliveira Salazar transmitido esta terça-feira, 13, pela RTP no âmbito da série de biografias sobre os 10 candidatos à vitória final no programa “Os Grandes Portugueses”.
Sobriamente apresentado pelo professor universitário Jaime Nogueira Pinto, foi-nos desenhado o retrato de um homem austero e honesto, íntegro e probo.
O retrato de um homem que acreditava piamente ser sucessor de D. Afonso Henriques ou D. João II.
O retrato de um homem que recuperou as finanças portuguesas e legitimou o poder do Estado.
O retrato de um homem que conservou a soberania lusa aquém e além fronteiras e lançou o país na senda das grandes obras públicas.
O embrulho foi sem dúvida muito bonito, mas exageradamente demagógico quando sobre um homem que durante quase quatro décadas amordaçou o povo português, instalou o medo nas ruas e lançou à morte numa terra desconhecida milhares de jovens.
Desconheço os critérios de avaliação e selecção destes 10 “Grandes Portugueses” e ignoro o que leva a população a votar em Salazar.
Mas tenho a certeza que ele jamais poderá ser a maior figura da História de Portugal.

Carlos Pinto

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

QUERIDO "PÚBLICO"

Eu sou do "Público" como sou do Benfica. É uma questão de militância. E nem sequer sou conservador. Por isso, quatro dias chegam e sobram para avaliar a grande mudança. O espírito resiste. O grafismo é muito bonito. As novas soluções para cada secção mostram evolução. As edições têm "mais mundo". Só não gosto de alguns títulos demasiado palavrosos e do sítio algo escondido onde puseram o "Bartoon" do nosso Luís Afonso...
Em síntese: o "Público" faz uma viragem tranquila. Espero que também faça escola e cresça nas vendas. Isso provará que os jornais de papel têm uma longa vida pela frente. E que ainda há leitores de jornais de papel com bom gosto. ajb

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

ARTES DECORATIVAS NA VIDIGUEIRA

Está exposta ao público a partir de sexta-feira, dia 9, no Museu Municipal de Vidigueira, a exposição de artes decorativas de Fátima Paulino: “Do Quotidiano ao Profano”. Pode ser vista até 26 de Fevereiro.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

O NOVO RÁDIO CLUBE

O "novo" Rádio Clube [106,4 em Beja] está interessante. Mas ainda precisa de muitas afinações. João Adelino Faria apresenta-se em grande níval nas manhãs, com boas histórias, entrevistas oportunas e comentadores com audácia. O que é que falta? Mais tempo. Para calejar a emissao e a atitude em antena. E há um defeito grande: este Rádio Clube Português afinal... é um Rádio Clube de Lisboa e do Porto. ajb

"TE-ATRITO" EM ALJUSTREL

O grupo “Te-atrito” apresenta em Aljustrel, no próximo sábado, 10, pelas 22h00, a peça "Em frente pelas portas traseiras (homenagem a Jacques Prévert)". No mesmo dia, a partir das 16h00, decorre um atelier livre de Olaria. As duas iniciativas, que decorrem no Clube Aljustrelense, pertencem ao Centro de Cultura Anarquista Gonçalves Correia (goncalvescorreia.blogspot.com).

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

ENTRUDANÇAS EM CONTAGEM DESCRESCENTE

Os dias 17, 18 e 19 de Fevereiro marcam a edição 2007 do Entrudanças. Um festival de culturas que aposta na oferta diversificada de oficinas e bailes de danças de tradição, atraindo à vila de Entradas participantes de todo o país.Mas nem só de dança se perfaz a programação do festival. Este ano, o programa dará uma atenção especial à cultura alentejana: o cante, os bailes, a campaniça, a flauta tamborileiro e os brinquedos tradicionais.A iniciativa inscreve-se na dinâmica que a associação PédeXumbo tem vindo a desenvolver neste âmbito.

Descubra o programa em www.cm-castroverde.pt

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

OUVIR JOSÉ DUARTE

Os amantes do Jazz podem desfrutar de uma noite ímpar em Beja: este sábado, a partir das 22 horas, é apresentado o livro Jazz em Portugal (1920 - 1956), de Hélder Martins. Ora, como se não chegasse, o Pax Julia conta também nesta sessão com a presença de José Duarte – um comunicador notável que diariamente, há (muitas) décadas, nos delicia com os radiofónicos e célebres “Cinco minutos de Jazz” [agora na Antena 1].
José Duarte é um homem antigo, mas com uma deliciosa forma de se espraiar na rádio. Não é solene. É descomprometido. E fala da sua arte como poucos. A memória dele chega-me dos tempos da “24ª hora”, na velha Comercial dos anos Oitenta. Aquele “indicativo” inalterável, a soletrar “1, 2, 3, 4… cinco minutos de Jazz”, é um registo da história da rádio em Portugal. Para mais, o homem sabe tudo sobre o assunto. Ensina-nos. Ajuda-nos a descobrir os melhores. Conversa com jovens talentos portugueses. Enfrenta-nos com distinção. É um cavalheiro, como aliás se percebe em “A Menina dança”, outro marco das noites esquecidas do fim-de-semana.
António José Brito

O FUTURO DOS JORNAIS

Um leitor de jornais nunca irá divorciar-se do papel. Mas as novas gerações estão a borrifar-se para esses velhos amores, temperadas com o forte cheiro da tinta e uma ida ao quiosque antes de tomar um café [para espreitar as gordas enquanto se cruzam impressões com o homem do balcão]. O futuro é amanhã e esse futuro empurra-nos para o on-line: “o sétimo continente”, como lhe chamou Carlos Magno. Segue, por isso, muito interessante a luta para inverter o destino. Por exemplo, o “Público” vai mudar de cara e de organização. Esperamos com expectativa a mudança de um jornal que marcou a imprensa portuguesa na última década e meia. Será capaz de suster a perda de leitores? Terá habilidade para seduzir novos leitores? Para reinventar o jornal bastará “vestir-lhe uma roupa nova”? Tenho para mim que, com a Internet e a histórica e ímpar falta de hábito para ler jornais em Portugal, a “operação” é difícil e exigente. Mas tenhamos esperança que o “Público” volte a fazer história. Mesmo em terrenos muito áridos.
António José Brito