quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A agonia de Beja


A cidade de Beja está adormecida! O tórrido calor de Agosto e as centenas de veraneantes que procuraram outros lugares deixaram-na ainda mais sossegada e triste, talvez à espera de novos “amanhãs que cantam” ou de uma varinha de condão que acabe com o seu profundo estado depressivo. Para isso muito contribui o actual executivo camarário, que já leva quase três anos de trabalho, enredado numa exasperante falta de dinâmica e num jogo de pura táctica política.
A aquisição do ex-vereador socialista José Monge não parece ter sido grande ajuda para resolver o problema de algumas escolas e, por isso, há alunos que vão ter de continuar no Regimento de Infantaria. A solução até pode ser boa, mas o lugar das crianças é nas escolas… não num quartel! Em pleno Verão, este ano como sempre, as piscinas voltaram a abrir mais tarde do que todas as outras da região. No mercado municipal há assaltos, abandono, desalento dos comerciantes e falta de clientes. No comércio local há portas fechadas, montras corridas e um desânimo que mete impressão. O trânsito é o labirinto que há muito tempo se sabe e os parques de estacionamento subterrâneos estão às moscas. Já só faltava ter o Castelo fechado em Agosto! Coisa pouca, numa cidade onde o número de turistas nem sequer é animador e o monumento mais emblemático é precisamente a aquela distinta torre de menagem.
Dirão alguns que este é um quadro pessimista, mas a verdade é que não temos outro. Beja tarda em dar um pulo e abrir os horizontes! A cidade não pode continuar apenas a sobreviver, com uma gestão feita aos bochechos e assente em pequenas obras cirúrgicas, para captar votos e animar a malta!
É verdade que este executivo teve o condão de pôr as contas em ordem. Mas vale a pena recordar que, se os cofres estavam em “desordem”, a responsabilidade é exclusivamente da anterior maioria comunista liderada por Carreira Marques! Portanto, com três anos de trabalho, a CDU tinha a obrigação e a responsabilidade de apresentar em Beja muito mais do que uma mão-cheia de nada.

AJB

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Partidos


A cidade de Beja recebeu recentemente a visita de responsáveis pelo Movimento Mérito e Sociedade (MMS), o mais recente partido do espectro político nacional. Fundado pelo consultor e docente universitário Eduardo Correia, o MMS veio apresentar-se aos bejenses como um partido que, um pouco à boleia da “febre Obama”, pretende contribuir para tornar Portugal numa sociedade “mais eficiente e inovadora”, com “um modelo de governação orientado para a qualidade de vida dos cidadãos”.
Objectivos louváveis que, à partida, parecem condenados ao insucesso, pelo menos no actual (e imutável) sistema partidário português. Em Portugal, a política é como o futebol. Neste último, existem os três “grandes” e os demais clubes giram em sua volta. Na política, predominam os partidos já existentes, sobrando para os restantes movimentos/ pseudo-partidos um papel figurativo.
Daí que as mudanças necessárias na política portuguesa devem provir de dentro dos partidos e não destas novas estruturas similares, entretanto “maquilhadas” de movimentos cívicos. Porque é de dentro para fora que as sociedades se transformam. E só quando os actuais responsáveis partidários admitirem esta necessidade de mudar será possível combater o conservadorismo, o caciquismo e as “teias de aranha” no discurso que tantos criticam.

CP