“A imprensa italiana noticiou esta semana a ‘indiferença’ dos banhistas que almoçavam e apanhavam Sol numa praia de Torregaveta, a escassos metros dos corpos de duas crianças ciganas que morreram afogadas. Segundo o jornal ‘La Repubblica’, Violetta e Cristina, de 11 e 12 anos, vendiam objectos na praia, na zona de Nápoles, com outras duas amigas (de 15 e oito anos) quando terão decidido tomar banho no mar. As raparigas não saberiam nadar e ter-se-ão afogado quando foram apanhadas numa onda. Os nadadores-salvadores só conseguiram salvar as amigas de Violetta e Cristina. Os seus corpos foram levados até à praia e cobertos com toalhas, o que atraiu a curiosidade dos banhistas. Mas por pouco tempo, porque depois dispersaram lentamente. Uma hora depois chegou a polícia que levou os corpos. Durante este tempo, poucos foram aqueles que deixaram de apanhar Sol ou de almoçar, a escassos metros dos corpos das crianças”.
A notícia foi recentemente editada no jornal “Público” e põe a nu a mais dura realidade em que vivemos. Perante a desgraça das minorias, o desalento dos pobres e o sofrimento dos mais desfavorecidos, há uma sociedade globalizada, cada vez mais insensível e debruçada sobre os seus compromissos egoístas.
Que faz cada um de nós para contrariar este quadro crescente de desumanização? Para onde caminha o nosso mundo, onde os valores individuais há muito que superaram a solidariedade, o compromisso colectivo e a relação fraterna entre as pessoas e os povos, independentemente das suas raças e credos?
Infelizmente, nem as sociedades nem os governantes agem para abrandar o problema. O que conta cada vez mais são as contas correntes de uma sociedade concentrada na economia e no valor do dinheiro. Com isto, estamos envolvidos numa equação cujo resultado está à vista: mais pobreza e mais desumanidade; mais egoísmo e mais consumo; mais indiferença e mais desalento. E que contributo dá cada um de nós para contrariar este estado de coisas? É uma boa pergunta, sobre a qual devemos ponderar e reflectir. Para percebermos se a culpa é apenas dos outros…
AJB
A notícia foi recentemente editada no jornal “Público” e põe a nu a mais dura realidade em que vivemos. Perante a desgraça das minorias, o desalento dos pobres e o sofrimento dos mais desfavorecidos, há uma sociedade globalizada, cada vez mais insensível e debruçada sobre os seus compromissos egoístas.
Que faz cada um de nós para contrariar este quadro crescente de desumanização? Para onde caminha o nosso mundo, onde os valores individuais há muito que superaram a solidariedade, o compromisso colectivo e a relação fraterna entre as pessoas e os povos, independentemente das suas raças e credos?
Infelizmente, nem as sociedades nem os governantes agem para abrandar o problema. O que conta cada vez mais são as contas correntes de uma sociedade concentrada na economia e no valor do dinheiro. Com isto, estamos envolvidos numa equação cujo resultado está à vista: mais pobreza e mais desumanidade; mais egoísmo e mais consumo; mais indiferença e mais desalento. E que contributo dá cada um de nós para contrariar este estado de coisas? É uma boa pergunta, sobre a qual devemos ponderar e reflectir. Para percebermos se a culpa é apenas dos outros…
AJB