quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Ajuste de contas


Não o conseguiu com “Taxi Driver”. Sequer com “O Toiro Enraivecido”, “A Última Tentação de Cristo”, “Tudo Bons Rapazes”, “Casino”, “Gangs de Nova Iorque” ou “O Aviador”.

À sexta nomeação, o Óscar veio parar, finalmente e justamente, às mãos de Martin Scorcese. A 25 de Fevereiro de 2007, Hollywood ajustou contas com o passado. Mais vale tarde que nunca.
Carlos Pinto

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

O Zeca não tem "donos"

O Zeca morreu há 20 anos.
Ficou a acutilância das suas palavras. A magia pontiaguda dos seus poemas. O contraciclo das suas canções. Vinte anos depois Zeca Afonso persiste. Apoderado por alguns, é certo. Os mesmos que, na génese de tantas ditaduras brutais, se arrogam pais da democracia e da liberdade. Saibamos separar o trigo do joio!
ajb

Vollant no Pax Julia

Rock & roll em estado puro e cantado em português, com uns “pózinhos” de pop, funk e world music. São estes os ingredientes que dão forma a “Projecto Primeiro”, álbum de apresentação dos Vollant, que este sábado, 24, é “informalmente” apresentado na cafetaria do Pax Júlia Teatro Municipal, em Beja. Em “Projecto Primeiro” encontram-se Fernando Pardal, Manuel Bexiga e Paulo Monteiro (voz), Adriano, Nuno Riba e Artur Góis (baixo), Ricardo Correia – que também colaborou na produção do álbum –, Paulo Vicente e Cajó (guitarra), João Nunes (cítara e viola campaniça), Nuno Figueiredo (programações), Luís Melgueira (percussões) e Leo (bateria). A todos estes juntaram-se ainda Zé Pedro e Kalú, guitarrista e baterista dos Xutos & Pontapés.
Amanhã, no Teatro Pax Julia!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Salazar, não!!!

Não são raras as vezes em que recebemos um presente cujo embrulho é bem mais agradável que o seu conteúdo. O mesmo se pode dizer do documentário sobre António de Oliveira Salazar transmitido esta terça-feira, 13, pela RTP no âmbito da série de biografias sobre os 10 candidatos à vitória final no programa “Os Grandes Portugueses”.
Sobriamente apresentado pelo professor universitário Jaime Nogueira Pinto, foi-nos desenhado o retrato de um homem austero e honesto, íntegro e probo.
O retrato de um homem que acreditava piamente ser sucessor de D. Afonso Henriques ou D. João II.
O retrato de um homem que recuperou as finanças portuguesas e legitimou o poder do Estado.
O retrato de um homem que conservou a soberania lusa aquém e além fronteiras e lançou o país na senda das grandes obras públicas.
O embrulho foi sem dúvida muito bonito, mas exageradamente demagógico quando sobre um homem que durante quase quatro décadas amordaçou o povo português, instalou o medo nas ruas e lançou à morte numa terra desconhecida milhares de jovens.
Desconheço os critérios de avaliação e selecção destes 10 “Grandes Portugueses” e ignoro o que leva a população a votar em Salazar.
Mas tenho a certeza que ele jamais poderá ser a maior figura da História de Portugal.

Carlos Pinto

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

QUERIDO "PÚBLICO"

Eu sou do "Público" como sou do Benfica. É uma questão de militância. E nem sequer sou conservador. Por isso, quatro dias chegam e sobram para avaliar a grande mudança. O espírito resiste. O grafismo é muito bonito. As novas soluções para cada secção mostram evolução. As edições têm "mais mundo". Só não gosto de alguns títulos demasiado palavrosos e do sítio algo escondido onde puseram o "Bartoon" do nosso Luís Afonso...
Em síntese: o "Público" faz uma viragem tranquila. Espero que também faça escola e cresça nas vendas. Isso provará que os jornais de papel têm uma longa vida pela frente. E que ainda há leitores de jornais de papel com bom gosto. ajb

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

ARTES DECORATIVAS NA VIDIGUEIRA

Está exposta ao público a partir de sexta-feira, dia 9, no Museu Municipal de Vidigueira, a exposição de artes decorativas de Fátima Paulino: “Do Quotidiano ao Profano”. Pode ser vista até 26 de Fevereiro.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

O NOVO RÁDIO CLUBE

O "novo" Rádio Clube [106,4 em Beja] está interessante. Mas ainda precisa de muitas afinações. João Adelino Faria apresenta-se em grande níval nas manhãs, com boas histórias, entrevistas oportunas e comentadores com audácia. O que é que falta? Mais tempo. Para calejar a emissao e a atitude em antena. E há um defeito grande: este Rádio Clube Português afinal... é um Rádio Clube de Lisboa e do Porto. ajb

"TE-ATRITO" EM ALJUSTREL

O grupo “Te-atrito” apresenta em Aljustrel, no próximo sábado, 10, pelas 22h00, a peça "Em frente pelas portas traseiras (homenagem a Jacques Prévert)". No mesmo dia, a partir das 16h00, decorre um atelier livre de Olaria. As duas iniciativas, que decorrem no Clube Aljustrelense, pertencem ao Centro de Cultura Anarquista Gonçalves Correia (goncalvescorreia.blogspot.com).

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

ENTRUDANÇAS EM CONTAGEM DESCRESCENTE

Os dias 17, 18 e 19 de Fevereiro marcam a edição 2007 do Entrudanças. Um festival de culturas que aposta na oferta diversificada de oficinas e bailes de danças de tradição, atraindo à vila de Entradas participantes de todo o país.Mas nem só de dança se perfaz a programação do festival. Este ano, o programa dará uma atenção especial à cultura alentejana: o cante, os bailes, a campaniça, a flauta tamborileiro e os brinquedos tradicionais.A iniciativa inscreve-se na dinâmica que a associação PédeXumbo tem vindo a desenvolver neste âmbito.

Descubra o programa em www.cm-castroverde.pt

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

OUVIR JOSÉ DUARTE

Os amantes do Jazz podem desfrutar de uma noite ímpar em Beja: este sábado, a partir das 22 horas, é apresentado o livro Jazz em Portugal (1920 - 1956), de Hélder Martins. Ora, como se não chegasse, o Pax Julia conta também nesta sessão com a presença de José Duarte – um comunicador notável que diariamente, há (muitas) décadas, nos delicia com os radiofónicos e célebres “Cinco minutos de Jazz” [agora na Antena 1].
José Duarte é um homem antigo, mas com uma deliciosa forma de se espraiar na rádio. Não é solene. É descomprometido. E fala da sua arte como poucos. A memória dele chega-me dos tempos da “24ª hora”, na velha Comercial dos anos Oitenta. Aquele “indicativo” inalterável, a soletrar “1, 2, 3, 4… cinco minutos de Jazz”, é um registo da história da rádio em Portugal. Para mais, o homem sabe tudo sobre o assunto. Ensina-nos. Ajuda-nos a descobrir os melhores. Conversa com jovens talentos portugueses. Enfrenta-nos com distinção. É um cavalheiro, como aliás se percebe em “A Menina dança”, outro marco das noites esquecidas do fim-de-semana.
António José Brito

O FUTURO DOS JORNAIS

Um leitor de jornais nunca irá divorciar-se do papel. Mas as novas gerações estão a borrifar-se para esses velhos amores, temperadas com o forte cheiro da tinta e uma ida ao quiosque antes de tomar um café [para espreitar as gordas enquanto se cruzam impressões com o homem do balcão]. O futuro é amanhã e esse futuro empurra-nos para o on-line: “o sétimo continente”, como lhe chamou Carlos Magno. Segue, por isso, muito interessante a luta para inverter o destino. Por exemplo, o “Público” vai mudar de cara e de organização. Esperamos com expectativa a mudança de um jornal que marcou a imprensa portuguesa na última década e meia. Será capaz de suster a perda de leitores? Terá habilidade para seduzir novos leitores? Para reinventar o jornal bastará “vestir-lhe uma roupa nova”? Tenho para mim que, com a Internet e a histórica e ímpar falta de hábito para ler jornais em Portugal, a “operação” é difícil e exigente. Mas tenhamos esperança que o “Público” volte a fazer história. Mesmo em terrenos muito áridos.
António José Brito