quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

À deriva


A notícia teve honras de capa numa das edições da passada semana do “DN”: “Manuel Alegre já não quer eleições directas no PS”. Depois de ter sido um acérrimo defensor deste modelo para os militantes elegerem o secretário-geral do partido, o “histórico” dirigente socialista vem agora a público argumentar que as directas “fracassaram”, uma vez que, na sua opinião, “todo o debate fica muito centrado nas pessoas e pouco nas ideias”. Por isso, o “deputado-poeta” quer que as eleições no PS – que são um manifesto exemplo de democracia e permitem que, por exemplo, os militantes de Odemira possam expressar a sua opinião sobre a Regionalização – decorram como nos partidos americanos, numa tomada posição que não é mais que um novo passo na sua deriva ideológica neste século XXI. Cada vez mais afastado do partido que ajudou a fundar em detrimento do culto em torno da sua própria personalidade, Manuel Alegre é hoje uma espécie de general enclausurado num labirinto sem saída, vivendo à custa do passado e sem ideias, mas prenhe de críticas. Porque a conversa do “a mim ninguém me cala” ou “ninguém lutou tanto pela liberdade como eu” começa a pouco representar para muita gente.

CP

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