
Os resultados das candidaturas “independentes” nas eleições intercalares para a Câmara de Lisboa de 15 de Julho colocaram na ordem do dia um debate que há muito consome politólogos e outros especialistas.
Isto porque grande parte destes viram nas “semi-vitórias” de Carmona e Roseta o exemplo prático da sua tese, na qual constatam a perda de capacidade de influência e, sobretudo, de mobilização dos partidos políticos face a uma sociedade cada vez mais absorta e alheada de convicções ideológicas.
Um cenário catastrófico que anuncia, na opinião destes opinion makers, a morte dos partidos.
Sem querer estar a meter a foice em seara alheia – porque isto de nos intrometermos num debate entre académicos tem muito que se lhe diga –, parece-me que tal nunca sucederá.
Pelo contrário, entendo ser bem mais provável que as candidaturas independentes não passem dum fenómeno passageiro causado pelo círculo vicioso dos partidos.
Estes, apesar de tudo, terão dificuldades em deixar de integrar qualquer sociedade e deixar de ser o elo de ligação entre a sociedade civil e política.
Necessitam apenas, a meu ver, de serem reformados urgentemente. Em todos os sentidos. Das ideias às pessoas. Porque já ninguém tem paciência para ver os mesmos “Quixotes” de sempre a clamarem contra os “moinhos” do costume.
Carlos Pinto