João Serpa andou nas bocas do mundo na passada semana. Tudo porque este membro do Sindicato da Construção Civil do Sul foi condenado a 75 dias de prisão devido a uma manifestação realizada de forma ilegal em 2005, sem que para tal tenha sido previamente notificado no intuito de melhor preparar a sua defesa. Numa situação que deveria motivar a reflexão sobre o actual estado da Justiça em Portugal ou o cada vez mais evidente desfasamento de algumas leis da Constituição, as vozes do costume optaram por utilizar o caso de João Serpa, que não vai além do foro jurídico, para endossar criticas ao Governo, acusando-o de estar a toldar a liberdade em Portugal. Contudo, não deixa de ser curioso que aqueles que mais aludem ao “tempo da velha senhora” para definir os dias de hoje sejam os mesmos que, enquanto força sindical, não deixam um secretário-geral escolher a equipa com que vai trabalhar. Ou que, enquanto força política, sejam aqueles que fazem a apologia de um Estado em que os cidadãos são forçados pela polícia a votar para a Assembleia Nacional, para a qual só se podem candidatar membros de um determinado partido. Serão estas as várias facetas da liberdade e da democracia?
Carlos Pinto
Carlos Pinto
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